segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sim, que mal tem?

Há aquelas coisas que nos arrepiam dos pés à cabeça, que nos fazem sonhar, sentir mais um bocado.

Há daqueles momentos que não é preciso muita coisa para nos sentirmos bem. Para muitos é um sorriso, uma canção, um copo de vinho partilhado com alguém...

Mesmo nesses momentos as lágrimas querem emergir pelo canto do olho, sim, porque elas são assim. Gostam de aparecer com o seu sabor salgado, quentes e frias ao mesmo tempo. Sim, porque elas caem pela alegria também! Pelo facto de hoje conseguir esquecer tudo que não me faz feliz, só e apenas porque a melodia é a certa e o coração dança sem saber ou conhecer limites.

Deixo-as vir, cair, dançar junto com o coração. Saboreio-as pelo canto da minha boca a sorrir.

Há momentos inesperados como quando num dia de sol começa a chover e, derrepente as pessoas desatam a correr com as mãos no ar. As crianças a rir e querer brincar naquela surpresa tão desagradavél para tantos mas, para elas tão emocionante!

Quantas vezes já tive que correr debaixo de chuva... não digo literalmente, e foi tão bom! Lavou-me a alma, levou-me as amarguras e por momentos fez-me esquecer os problemas.

Por vezes tive apenas que caminhar pela estrada sem sol, com o céu cinzento. E como eu queria que chovesse...

Por vezes o meu mundo cá dentro é mais seguro do que o de cá de fora, mas não posso ficar lá sempre, agora cada vez menos. Antes podia ficar lá horas, rir e chorar ao mesmo tempo, gritar, pular pelas ruas encantadas que eu quisesse. Agora não... o mundo cá de fora afasta-me e diz-me que não é bom lá ficar muito tempo, mas porquê? Eu era tão feliz quando corria descalça pelo pátio de casa da minha avó enfeitado com tudo que eu quisesse, até cheguei a voar! SIM EU VOEI lá, nesse mundo, eu quase toquei os meus sonhos e os fiz reais, mas justamente quando o ia fazer desisti.

Para quê trazê-los cá para fora? Aqui os sonhos não têm hipotese, eles morrem ou perdem as cores, o sentido.

Deixei-os lá e de vez em quando (mas só de vez em quando) vou lá visitá-los, e eles ainda estão vivos, cada vez mais vivos!

Aqui pegamos no que temos e tentamos moldar um sonho... e que mal há nisso?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Mudar ou não mudar, eis a questão

Tenho tanto que dizer que até faz impressão!

Na verdade não me apetece falar muito dessas coisas que me enchem a cabeça de stresses...
Já lá vai o tempo em que andava inspirada dia sim, dia sim senhor.
Ela eram poemas, histórias da carochinha, prosas xpto. Já lá se vai o tempo do meu old blog "lápis e canetas". Lá sim interessava o que se lia.
Aqui interessa mais o que se ouve.

"muda de vida se não te sentes satisfeito!"
Era isso mesmo que me apetecia fazer, mudar um bocadinho e alguns bocadinhos disto e daquilo. Mudava-me primeiro a mim pra deixar de acreditar tanto nas pessoas e acabar por me desiludir, depois coisas simples como a sala que precisa de um móvel novo pra televisão (?) Enfim...
Por mais que escreva não me sai nada de jeito/geito (?).

Hasta mañana.

sábado, 27 de novembro de 2010

Balanço - Mafalda Veiga




Pedes-me um tempo,
para balanço de vida.
Mas eu sou de letras,
não me sei dividir.
Para mim um balanço
é mesmo balançar,
balançar até dar balanço
e sair..

Pedes-me um sonho,
para fazer de chão.
Mas eu desses não tenho,
só dos de voar.

Agarras a minha mão
com a tua mão
e prendes-me a dizer
que me estás a salvar.
De quê?
De viver o perigo.
De quê?
De rasgar o peito.
Com o quê?
De morrer,
mas de que paixão?
De quê?
Se o que mata mais é não ver
o que a noite esconde
e não ter
nem sentir
o vento ardente
a soprar o coração...

Pedes o mundo
dentro das mãos fechadas
e o que cabe é pouco
mas é tudo o que tens.
Esqueces que às vezes,
quando falha o chão,
o salto é sem rede
e tens de abrir as mãos.

Pedes-me um sonho
para juntar os pedaços
mas nem tudo o que parte
se volta a colar.

E agarras a minha mão
com a tua mão e prendes-me
e dizes-me para te salvar.
De quê?
De viver o perigo.
De quê?
De rasgar o peito.
Com o quê?
De morrer,
mas de que paixão?
De quê?
Se o que mata mais é não ver
o que a noite esconde
e não ter
nem sentir
o vento ardente
a soprar o coração.

sábado, 20 de novembro de 2010

Acordar, Viver

Hoje sinto-me sem forças para falar pelas minhas próprias palavras...
Graças aos céus que existem outros:

Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.

Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?

Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?

Ninguém responde, a vida é pétrea.

Autor: Carlos Drummond de Andrade

Invasão....


Quando ela vem...

domingo, 14 de novembro de 2010

Les Mis - Om my own



Esta musica pertence ao maravilhoso musical "Les Miserables", uma belíssima prova que ainda existem coisas belas e que valem a pena ver/ouvir vezes sem conta.
Amo a parte: "A world that's full of happiness and I will never know!" e depois a forma como respira.
Apaixonante!!!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O passado pertençe lá, no que passou

É bem verdade que as memórias são parte vital do ser humano, é necessário recordar para aprender e para viver. O que também é verdadeiro é que o passado é apenas isso, memória.
Memórias daquilo que foi, do que poderia ter sido...
Tudo isto preenche a história da nossa vida e é normal que em certos dias a nostalgia nos invada e nos obrigue a sonhar com o que passou.
Nostalgia (sorriso), é engraçado utilizar esta palavra sendo que esta parece tão típica daqueles que já não são assim tão jovens mas, não interessa a idade todos nos sentimos nostálgicos por vezes.
Quem é que não volta no tempo por vezes e pensa: se soubesse o que sei hoje...
Todos.
Eu faria assim, daquele jeito, do outro. Ah eu saberia o que dizer e não deixaria passar o momento! Mas na verdade isso nunca é bem assim. Naquele momento não sabíamos mais e tivemos que passar por ele para hoje imaginarmos que poderia ter sido de outra forma.
Por vezes sentimos fortemente todo aquele turbilhão de sentimentos, os passados misturados com os presentes que nos levam a lugares estranhos, lugares que nem sabíamos existir dentro de nós mesmos...
Mas a vida é assim mesmo não? E todos temos a nossa quota parte de situações onde nos imaginamos a fazer tudo de outra maneira, pensando como seria se tivéssemos vivido aquela situação, aquela paixão, aquela aventura.
Enfim, arrependimentos de parte porque na verdade quando a nostalgia passa sentimos como o rumo que a nossa vida tomou nos faz felizes, ou por outro lado sentimos-nos bem porque sabemos que daqueles momentos tiramos lições que fazem de nós pessoas melhores ou que sabem aproveitar melhor a vida.
Pelo menos eu sei que sinto isso, conforta-me esse pensamento.
Temos que dar ordens à nossa cabeça, já que o coração insiste em ser dono dele próprio! (risos)

Portanto o passado é bom se soubermos pensar nele sem que o mesmo afecte o nosso presente. (embora por vezes isso se revele numa tarefa difícil de assimilar - mas não impossível)

Vivamos o presente, intensamente!