terça-feira, 21 de outubro de 2008

Náusea do Silêncio

Ninguém consegue entender
Esta aflição que corroí o meu ser,
Ninguém consegue compreender
Como me custa assim viver.
É algo tão forte
Tão fora do norte
Que não consigo controlar
Que me vai sufocar.
Sinto-me pequena,
Abandonada,
Desacreditada,
Mas porquê?
Por mais alto que fale
Ninguém parece ouvir
Por mais que saiba
Nunca chega!
Chego ao ponto culminar
Só me apetece rebentar,
O meu silêncio camufla a minha ira
o meu olhar perdido esconde o meu medo.
Odeio as vossas ordens!
Detesto obedecer!
Odeio a vossa forma
de derrubar o meu saber.
Detesto, desprezo
A vossa superioridade
Enoja-me tanto.
Vomito a vossa injuria
Depois da nausea da vossa hipocrisia.
Odeio não Ser!
Não me impeçam de viver!

E se eu gritar
Para o vácuo da vossa existência
Nada vai sobrar
da minha inteligência.
Sou uma estrela
Que ocupa apenas o seu lugar,
O Universo é tão extenso
Porquê empurrar?
Deixem-me!
Tirem-me estas ataduras
Que me prendem no interior
Da minha vida pura.
Amem-me, Odeiem-me
Desprezem-me, ataquem-me
Mas sempre com franqueza
Batam-me mas esperem,
Esperem também eu bater!
Não me virem as costas,
A minha ética não me permite
Atacar sem olhar
os olhos de quem me quer matar.
E quando eu for estrela maior
Queimem-se na imensidão do meu calor
Desintegrem-se no meu núcleo
Mas deixem-me ser,
Deixem-me viver!

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