sábado, 15 de novembro de 2008

O Mar

Hoje, mais um dia vivido.
Apenas um por entre tantos já passados.
Hoje, mais um momento, mais uma barreira. Tantas coisas vão e vêm e continuo sem perceber como tenho conseguido levar este barco até agora.
Remar é fácil, o problema é virar o barco que muitas vezes insiste em seguir uma direcção errada.
Uma vez fora do "trilho" podemos ter que lidar com tanta coisa, tempestades, densos nevoeiros e até mesmo com fome e sede. Por vezes perdida no meio deste mar já me senti só, já tive sede e fome e um incrível desejo de sucumbir. Mas eis que de dentro surge uma força fantastica, vinda sei lá eu de onde e, pego nos remos e continuo até ver um porto.
Tantos portos eu já conheci, uns que pareciam serguros mas na verdade eram enganosos e traiçoeiros. Saí dali e voltei a querer sucumbir...
Certo dia já sem vontade de continuar deixei cair a cabeça contra a borda do meu barco, deixei largados os braços que de nada me serviam. Só a minha respiração seguia num compasso lento, quase a parar e que parecia só resistir pois a esperança ainda lutava.
Foi aí que ao anoitecer vislumbrei aquela luz, a luz daquele farol imponete no meio da minha solidão. Mas força já não havia e esperei que se assim o mar da vida o quisesse me levasse até aquele porto.
Fechei os olhos.
Quando os voltei a abrir já la estava alguém, um desconhecido voluntarioso que insistia que me levantasse e que forçasse os meus braços a mexer.
Pegou em mim e ao sentir o seu calor por instinto os meus braços passaram à volta do seu pescoço, ali estava eu indefesa como sempre mas acreditando que nada nem ninguém seria capaz de aquecer o meu coração de gelo.

Tu foste capaz, aos poucos deixaste de ser desconhecido e o meu olhar foi ficando preso no teu até que um dia quebraste o gelo do meu interior e ardemos os dois de paixão.
As tuas mãos seguraram-me e puxaram-me para uma dança ao som de uma melodia harmoniosa. Desde aí que seguimos dançando e mesmo sem musica dançaremos "até que a morte nos separe".

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